Como tirar máximo partido do 5G
Sabe como funciona o 5G? Sabe o universo que pode trazer ao seu trabalho? Não estamos a falar só de velocidade. Descubra neste artigo e não se deixe ficar para trás.
Sabemos todos que a última década trouxe um estilo de consumo muito mais variável, na sua quantidade e qualidade. Diferentes pessoas querem diferentes coisas e hoje mais do que nunca, como resultado do aumento de players na indústria, é a vontade do consumidor que decide o que é produzido e como.
Para responder eficazmente à vontade dos seus consumidores, sejam os de mercado final, distribuidores ou outros, qualquer produtor atualmente deve estar pronto para flexibilizar e modernizar a sua oferta.
Contudo, isto só é verdadeiramente possível (e eficaz) com uma comunicação útil, em tempo real. Não só entre o lado do consumo e o lado da produção, mas entre todos os processos, equipas e equipamentos envolvidos. Sonho? Realidade.
Em fábricas de ponta que parecem já viver a Indústria 4.0, a Internet das Coisas é já método de trabalho instituído, acelerando todo o processo da cadeia logística, aproximando clientes e stakeholders, optimizando despesas e margens.
Apesar deste enorme progresso há muito mais por trilhar, como a resolução das dificuldades técnicas e atrasos ainda sentidos na transmissão de dados ou a necessidade de automatizar realmente as Coisas entre si.
Parece haver um desfasamento entre alguns dos avanços tecnológicos e a capacidade do sistema os suportar. Quando falamos da hiperconectividade e da relação inteligente entre cada dado, etapa, máquina, é de quê que realmente estamos a falar?
Até ao momento e, segundo as previsões em países como a China e os EUA, até 2025, a nossa sociedade opera na 4ª Geração de Tecnologia de Telecomunicação. Simplificando, 4G. Mas já se começa a montar a infraestrutura de uma nova era, que promete trazer mais e melhores oportunidades para todos os que queiram tirar o seu máximo partido - o 5G. Já vem de 2008 e ainda tem poucas definições, mas vamos tentar explorar o seu potencial.
Ao passo que a rede 4G funciona por fibra ótica, o que implica uma dispendiosa instalação de redes de fibra (e em si, pode justificar a exclusão de alguns locais, como zonas rurais, onde não se veja compensatório), a rede 5G constrói-se na base de antenas muito mais fáceis de montar, até nos locais mais distantes.
Uma das promessas desta facilidade é que qualquer um em qualquer lugar poderá ligar os seus dispositivos eletrónicos a esta rede, sem fios! É quase como tudo pertencesse a uma rede móvel. O seu modem, o seu carro, o seu frigorífico, vão ter o mesmo grau de conexão à rede wireless que o seu telemóvel ou o seu computador.
Mas o grande potencial à vista é nas empresas. Na capacidade de ligar várias máquinas, câmaras, equipamentos inteligentes entre si sem quaisquer fios ou pré-requisitos de montagem.
Melhor, poderá ligar-se e gerir remotamente todos esses aparelhos a partir de um dispositivo tão simples como o seu computador, tablet ou telemóvel. Pode controlar o que os robots de montagem fazem num armazém numa parte do mundo, enquanto supervisiona as rotas de cada veículo da sua frota noutras localizações.
Melhor ainda? Pode criar cadeias de ação simultânea ou consecutiva (fazer A, se B - fazer C, se D) até entre sistemas robóticos que antes não comunicavam entre si pois dependiam dos fios ligados que os ligavam. Tudo na sua mão em tempo real, facilmente reconfigurável e sem que tenha sequer de lá estar. Só tem de se ligar àquilo que se chama Edge Cloud, a “torre de controlo” de tudo. E se quiser se sentir mais próximo também pode combinar a Realidade Aumentada e operar qualquer equipamento como se lá estivesse fisicamente.
Dizemos tempo real pois a rede 5G é capaz de transmitir até 6000MB de informação por segundo. 4G de hoje? Apenas 150MB. Outro diferencial é que temos no 4G um tipo de emissão de sinais a 360º por antenas de longo alcance, mais sujeito a latência e interferências, o que se promete evitar no 5G, construído à base de uma teia complexa de emissões altamente dirigidas a curta distância entre cada antena. Espera-se que tenhamos antenas de rede 5G montadas a cada 2 ou 3 bairros. Isto promete não só maior clareza do sinal como menor latência e uma velocidade de transmissão de dados nunca antes experienciada.
Com uma conectividade instantânea desta potência para biliões de dispositivos simultâneos já não consegue imaginar internet das coisas, inteligência artificial ou o machine learning sem o 5G, pois não?
Colocando de parte a controvérsia popular dos efeitos radioativos desta infraestrutura tão próxima dos seus utilizadores e a viabilidade do seu avanço na rede pública (e afastando mais ainda o conceito de Smart Cities e necessariamente de carros autodirigíveis), alguns fornecedores como a Nokia, já avançam na venda e montagem de redes 5G privadas, em empresas que lideram a nova revolução industrial e muitas novas que nascem precisamente destas possibilidades técnicas.
O 5G traz a resposta à latência ultrabaixa exigida pelo método de trabalho que falamos na Internet das Coisas e promete um aumento de produtividade até 260% justificado pela velocidade de montagem aumentada, fluxos de comunicação mais curtos, aumento de fiabilidade da conexão, da versatilidade na produção e da manutenção preditiva pelas próprias máquinas.
O que requer então? Muito investimento. O gasto energético ainda pouco calculado, mas certamente elevado. O custo inicial e da adaptação de equipamentos. O custo de formação de equipas, entre outros.
O retorno possível? Provavelmente mais do que justo. Potencialmente mais do que alguma vez poderemos imaginar.